quarta-feira, 12 de setembro de 2012

De Canela

Vamos às caneladas:


3 = pipoca

Léo, falador pós-jogo, pipocou para a diretoria do Santos e ficou pianinho na entrevista coletiva solicitada, segundo o mesmo, por ele (ah tá...). O lateral do Peixe reclamou bastante após o empate por 0 a 0, na Vila, contra o São Paulo, pelas condições do time santista, a novela envolvendo Paulo Henrique Ganso e a saída de Elano.

Eu confesso que havia ficado muito feliz por ver que um jogador de futebol falou algo de verdade, sem pensar na repercusão da declaração, de muita atitude, pois, normalmente, eles só falam em "ganhar os 3 pontos", "fazer o que o professor mandou", "estamos motivados para conseguir a vitória" e blá blá blá de sempre. Não deu nem pra comemorar e o lateral tomou uma bola nas costas e pediu desculpas pelas palavras e finalizou dizendo que no futebol não se pode falar o que pensa...

Léo, na boa, pode sim, basta querer.



Sentimentos opostos

Com a inacreditável conquista da Copa Kia do Brasil de forma invícta (inacreditável até mesmo para o mais otimista do palmeirense), o Palmeiras vive uma situação totalmente oposta e corre sérios riscos de disputar a Libertadores e a Série B do Campeonato Brasileiro 2013. No próximo final de semana será mandante no clássico contra o Corinthians, e um Pacaembú lotado será palco de 90 minutos de angústia, pois, se o Alviverde não vencer, a toalha estará encostada no corner esperando o nocaute do gigante da zona oeste de São Paulo.

Eu, corintiano, sinceramente, não gostaria que o Palmeiras caísse. Sério. É ruim para o futebol paulista, para o futebol brasileiro e para o futebol sulamericano, já que o Palestra será um dos representantes brasileiros da próxima edição da Libertadores. Para argumentar com algo que não tem sentimentos, os números, caso o Palmeiras seja mesmo rebaixado, poderemos ter 5 times paulistas em queda para divisões inferiores. Palmeiras da A para B, Guaratinguetá, Bragantino e Barueri da B para C, e o Santo André da C para D.

É algo inimaginável para o torcedor palmeirense conviver com sentimentos opostos: a conquista de um grande título, mais o direito de disputa de uma competição internacional, e assistir aos jogos de terça e sábado pela segunda divisão.



Vitória Ching Ling

O Brasil espancou a "seleção" chinesa por 8 a 0. Neymar fez 3, o time atropelou, tudo muito bom, tudo muito bem, mas é nítido que a Seleção ainda tem algumas indefinições na equipe e, mesmo quase 3 anos à frente do Brasil, Mano Menezes vai acumulando críticas sobre seu trabalho.

Comemorar uma goleada sobre a fraca China é sacanagem.




Trilha sonora de hoje: Descendents - I'm the one





Rudah Tozati

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Entrevista com Maldita Minoria

O que você consegue fazer em 9 minutos? Eu aposto que ainda não ouviu um disco com 10 faixas por inteiro.
 
Feito esse que o Maldita Minoria realizou. Esse é o nome do novo projeto de Nenê Altro, vocalista de importantes bandas do cenário independente nacional (Personal Choice, Dance of Days e Sick Terror), escritor, fanzineiro e batalhador do underground.





O Maldita Minoria surgiu oficialmente há pouco mais de 2 meses e já lançou seu primeiro álbum: "E Quem Disse Que Eu Morri?". Um prato cheio aos apreciadores de hardcore, trash e crossover.



A banda inicia uma sequência de shows para divulgação do disco e para quem duvida do quarteto formado por Nino Tenório, Diego Rocha, Fernando Santoz e Nenê Altro pode ter a certeza que eles estão mais vivos do que nunca.
 





Arquibancada Subpop - O que o público mais velho, que acompanha seu trabalho desde os tempos de Personal Choice e Dance of Days (ainda em inglês), pode esperar do Maldita Minoria? E o que o público mais novo tem achado desse novo projeto?

Nenê Altro – Quem me acompanha desde o início pode esperar o que mais gosto de fazer: HARDCORE. Gravei o ep do Personal Choice em 1995, o primeiro do Dance em 1997, criei o Sick Terror em 1999, mas desde que saí do Sick Terror em 2004 não fazia algo na pegada ultra rápida. Estava sentindo falta. Antes desse primeiro Maldita Minoria eu considerava o ep “Aborto Legal” do Sick Terror, de 2002, a melhor coisa que eu tinha criado no estilo, tanto nas bases quanto nas letras. Esse projeto do Maldita eu arrasto desde 2009, mas ainda não tinha conseguido tocar adiante. Já tinha todas as músicas (e tenho muito mais!) mas o que faltava era achar a galera certa.

AS - As letras do MM são como uma sequência de socos na cara, mais explícito impossível. Acha que nesse disco de estreia a banda conseguiu registrar tudo da forma como havia planejado?

Nenê Altro – Sim, saiu melhor que eu esperava. Muitas músicas estão exatamente como criei mas muitas tiveram uma alteração em cima da química que achamos da banda e algumas foram totalmente transformadas, e para melhor, tenho que dizer. As letras são as que sempre fiz, desde a época do Personal, dadas as devidas situações de tempo X espaço. Nunca fui de meias palavras. Aprendi que o HARDCORE acima de tudo é um meio de expressão e o uso dessa maneira desde o final dos anos 80, quando criei minha primeira banda. Muito melhor, mais sincero, mais barato e mais divertido que gastar grana com terapeuta. Vomito tudo em cima do palco e volto pra casa leve.

AS - São 10 músicas em pouco mais de 9 minutos. Era pra ser assim mesmo?

Nenê Altro - Era pra ser em menos tempo. Desculpem, vamos tentar melhorar isso rsrsrs A gente tem uma brincadeira entre nós nos ensaios em que dizemos “Passou de um minuto é poser!” (risos) Nós seguimos uma linha de bandas como Septic Death, Cryptic Slaughter, DRI, Ripcord, Lärm, então não tem muito bla bla bla não, é só o que tem que ser e é isso aí.

AS - O que podemos aguardar depois do "E Quem Disse Que Eu Morri?"?

Nenê Altro – Já estamos em estúdio, dessa vez para compor um álbum completo. A banda nasceu em 12 de maio e dia 29 de maio já estávamos gravando o disco! Era muita sede de existir e ir pra cima. E ainda mantemos o mesmo pique. Das bases que eu fiz, principalmente quando eu morei na baixada santista, ainda tenho umas 15 pra trabalhar, o Diego é uma máquina de riffs e acrescenta muito no lado crossover da banda, o Fernandinho sempre se envolve e contribui também com algum riff ou ideia... e o Nino, mano, DISCARGA, nem precisa falar mais nada, né. Isso tá na alma dele. Conheço ele desde bem o início dos anos 90, e estou muito feliz em estar tocando novamente com ele.

AS - Como conciliar o Maldita Minoria com seus projetos?

Nenê Altro – Está suave pois além do Maldita Minoria eu só tenho o Dance of Days. E meu trampo no independente, os festivais, o zine, as oficinas, palestras e a militância anarquista fluem naturalmente. O guitarrista do Dance está tendo agora seu primeiro filho então a banda está passando por uma fase mais calma, vamos aproveitar pra compor sem pressa um novo álbum. Nesse meio tempo estou dando um gás no Maldita Minoria, marcando todos os shows que consigo e preparando os projetos e objetivos para 2013.

AS - Depois de tantos anos correndo nessa estrada de música independente, o que ainda te motiva a seguir?

Nenê Altro – Me envolvi com o punk por volta de 1985. Desde então vivo isso dia após dia. Não sei ser de outra forma. Ainda acredito muito em tudo o que falo, e essa força é o que me fez vencer diversas fases ruins em minha vida, desde a própria adolescência. Amo meu trabalho no Dance of Days, jamais vou abandoná-lo ou colocá-lo em segundo plano, mas estava sentindo uma falta absurda de tocar com algo tipo o Maldita Minoria e digo uma coisa, essa sensação é maravilhosa, de colocar a raiva pra fora, não que não o faça no Dance – aliás, faço sim, e muito! – mas é uma coisa totalmente foda-se quem não gostar e eu estava sentindo muita falta de gritar nesse sentido.

AS - Obrigado pela entrevista e boa sorte ao MM.

Nenê Altro - Eu que agradeço! Quem estiver interessado em comprar nosso cd basta mandar um email para terrorzinho.wordpress@gmail.com ok? O cd custa 15 reais já com correio para todo país. Abraços!



Raio - X

Nome: Maldita Minoria
MM é: Nenê Altro - voz,  Diego Rocha - guitarra, Fernando Santoz - baixo, Nino Tenório - bateria
Desde: 2012
Local: Santo André - SP
Estilo: Hardcore, Crossover, Power Violence
Onde Escutar:  http://tramavirtual.uol.com.br/malditaminoria
Onde assistir: Aqui mesmo!





Por Rudah Tozati

sábado, 28 de julho de 2012

Entrevista com Ataque de Tubarão

Pouco mais de 150 quilos, essa é a soma da massa corpórea dos 3 integrantes de uma das bandas com o som mais violento da Cidade Canção, o Ataque de Tubarão.



Criado em 2011, ainda como Shark Attack, a banda formada por Raoni Arroyo, Francisco Junior e Guilherme Giacomassi fortalece a cena da música independente de Maringá, agora com o nome em português, mas com o mesmo estilo antimusical do início.

O ataque começa agora!





Arquibanca Subpop - O som do Ataque de Tubarão vai além do hardcore tradicional. Como você classifica a música de vocês?

Raoni Arroyo - Pois é, cara... De hardcore tradicional não tem muita coisa, Xiquinho e eu resolvemos montar essa banda com muita inspiração nas bandas de fastcore e power violence que a gente escuta, tipo I Shot Cyrus, Vivisik, Bbq Chickens, Idiots Parade, CharlesBbronson... Aí surgiu a ideia de temperarmos com uma mistura de surf music, e deu no que deu. Mas ainda estamos muito aquém desses gigantes tipo La revancha, que pra mim hoje é uma das melhores bandas nacionais, e que inclusive fizeram esse mix de turbo speed depression com surf music de forma genial, referência da boa pra gente!

AS Recentemente vocês gravaram um EP, fale um pouco sobre ele e o processo de composição do mesmo.

Raoni - As músicas do EP que gravamos no ano passado, fizemos aqui em casa. o Xico vinha aqui, a gente ficava tocando violão, gravava no PC, depois ensaiava e encaixava a batera. Mas é uma doidera isso, porque Xiko e eu nos comunicamos na base da fala, tipo: "Pô, seria massa um riff assim TAN DAN DAN DAN DAN", aí fazíamos no violão! (muita risada!) Mas hoje, como ele tá morando em Londrina, acabamos compondo mais por email. Eu mando um riff, aí de repent,e ele modifica, ou vice-versa, depois ensaiamos.Já as letras, eu não faço ideia de como surgem. Na real, eu acho que tudo já foi dito, o Ataque de Tubarão não tem muita mensagem falada. Nossas músicas não costumam ter muita mensagem, eu acho que os livros têm mais mensagem do que a música.

AS O AT foi uma espécie de projeto que acabou tomando vida própria, foi acaso?

Raoni - Então, o nome a gente deu para um coletivo que nós (Raoni e Xiko) fizemos em 2010, mas de coletivo só teve nome, porque ninguém mais abraçou a ideia! (risos). Era um projeto de pegar as fotos que fazíamos de shows de punk e hardcore aqui da região, produzíamos umas montagens para virar lambe-lambe. Fizemos isso em 2010... Aí como vimos, a gente tinha um gosto musical muito parecido e decidimos montar uma banda! Xiko chamou o magrelo (Guilherme), que eu ainda não conhecia, e fomos ensaiar uns covers de Mukeka (Mukeka di Rato), Discarga e Bbq Chickens... O ensaio foi muito legal, começamos a fazer umas músicas próprias e acabamos por deixar de lado a história das fotos. Uma pena, porque era bem legal também.

AS Você disse que ninguém abraçou a ideia de um coletivo, acha que falta esse espírito de acreditar na cena maringaense? E o que acha do atual momento no cenário nacional da música independente?

Raoni - Eu sei que São Paulo e Curitiba, por exemplo, a coisa é bem legal, a Verdurada é um lance épico! Tem o Mozine, no Espírito Santo, que deixa tudo mais legal também com os Laja Craps! Um pessoal que conheci de MG também, do Declínio Social, pessoal bem correria nessa coisa de cena punk! Aqui em Maringá, sempre teve o Allison, que organiza os melhores shows daqui.Teve o Kleber (Xebek), que trouxe o Meia Lua e Soco, o Tuba, baixista do Quarentine, para quem gosta de hardcore melódico, agiliza uns shows bem legais. O Mamá (Proletas e Vaca Louca Café) também, que agora está em Maringá e voltou com o Proletas (uma das primeiras bandas punk de Maringá)! Sempre está rolando um som massa. Bastante bandas novas legais de hardcore também, como o Comsequência... Na região, não poderia deixar de falar do Renato (Makabro), que organiza já faz um tempo o festival Dead Time, sempre rola umas bandas legais do cenário independente daqui.
Esse ano o pessoal da UEM (Universidade Estadual de Maringá) organizou uma ocupação bem legal no Jardim Alvorada com uma casa parada há mais de dez anos, a casa foi transformada em um centro cultural bem bacana, mas não chegou a durar muito... Maringá ainda é uma cidade meio retrógrada pra essas coisas, sempre acham uma ordem judicial para acabar com essas iniciativas. Mesmo assim, sempre acaba rolando pelas bordas umas intervenções legais, mas não necessariamente ligado ao hardcore/punk.

AS Sei que vocês são amantes de fotografia, como é essa relação entre música e as fotos?

Raoni - Pô, logo que comecei a aprender a fotografar, eu conheci o "Fodido e xerocado", do Daigo Oliva e do Mateus Mondin, numa Verdurada que fui em SP. Os caras arrebentam! Trouxe o livro pra cá, e deu um gás enorme pra gente! Conversando com o Daigo, acabei conhecendo os clássicos, que nem o Edward Colver... É muito legal esse registro.Depois, Xiko e eu começamos a colar nuns shows pra documentar o que acontecia por aqui também, aprendi bastante dessa coisa de fotografia de palco com o pessoal do Draw the Line, que me deu bastante apoio... Ultimamente, eu tenho deixado a câmera de lado pra pogar (risos)!
Não poderia deixar de falar no Álvaro Sasaki, que considero o melhor fotógrafo de bandas aqui de Maringá, sempre presente nos shows com aquelas câmeras doidas dele!

AS O AT está preparando material novo?

Raoni - Sim, estamos com altas músicas novas! A ideia inicial era gravar agora em agosto as novas e as músicas do EP também... Essas músicas antigas sofreram tantas modificações que já tão irreconhecíveis! (risos)

AS Pra fechar, em quem o AT faria um ataque?

Raoni - (risos) Cara, são tantos alvos... Mas eu vou ser menos megalomaníaco e mais regionalista. Faria um ataque nuclear no Sílvio Barros (atual prefeito de Maringá)!

AS Raoni, obrigado pela atenção. Toda sorte do mundo ao Ataque de Tubarão.

Raoni -  Rudah, eu que agradeço pela oportunidade! Abração!




Ataque de Tubarão é:

Raoni Arroyo: Baixo e vocal
Francisco Junior: Guitarra e vocal
Guilherme Giacomassi: Bateria

Local: Maringá - PR

Desde: 2011

Estilo: Fastcore

Onde Assistir: Aqui mesmo!





Por Rudah Tozati

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Foi isso ou não?

Foi isso ou não?

Empresários: "Neymar, vai lá e acaba com o jogo. Estão falando que você não está rendendo por causa de seus compromissos fora de campo, isso pode atrapalhar os negócios..."

Neymar: "Pode deixar, hoje eu acabo com a alegria deles..."

Empresários: "Ney, é o seguinte, quando acabar o jogo e os repórteres correrem até você para a entrevista, reconheça a qualidade e o esforço dos corintianos e diga que a partida foi muito dura, mas o Santos mereceu a classificação para a final. Não esqueça de destacar o espírito coletivo do Peixe, pois podem falar que você só joga para si mesmo, e isso pode atrapalhar os negócios..."

Neymar: "Fica tranquilo, vai ter gol e vai ter dança. Hoje é nóis!"

Empresários: "Ney, só mais uma coisa... (longa pausa...), em caso de desclassificação, LÓGICO que isso está fora de cogitação, mas caso aconteça um desastre, finja estar abatido, se puder chorar é ainda melhor, assim você mostra comprometimento e a torcida vai reconhecer seu esforço. Outra coisa, caso "eles" passem pra final, diga que vai torcer para o Corinthians, porque quer que um time brasileiro seja campeão, dessa forma as outras torcidas ficarão sensibilizadas com a sua "humildade", patriotismo e amadurecimento, mas principalmente porque isso é muito bom para os negócios."

http://www.lancenet.com.br/santos/Neymar-afirma-Vou-Corinthians-campeao_0_722927725.html


Rudah Tozati

quarta-feira, 13 de junho de 2012

O que está acontecendo com a ponta esquerda?

Afinal, o que está acontecendo com a ponta esquerda?


Liste os 4 melhores jogadores de ataque do futebol mundial na atualidade... Ok, te dou um tempo para pensar. Pronto. Se na sua lista está Messi, Cristiano Ronaldo, Neymar, Robben, vamos desenvolver o pensamento. O que todos estes jogadores tem em comum? 

Todos são abduzidos quando jogam por aquele setor.

Para termos a resposta desse problema precisamos voltar no tempo. Segundo nos conta a história, as primeiras formações do futebol eram simples, com 5 jogadores do meio pra trás e 5 pra frente, sem funções definidas, uma correria só. Com o passar dos anos, a tática 5-5 deu lugar para o 4-2-4, e, posteriormente, o famoso 4-3-3. Ou seja, um futebol cada vez mais retrancado. Mas tudo pode piorar, e o responsável por isso foi Mário Jorge Lobo Zagallo, que chacinou o esquema com 3 atacantes durante a Copa de 58, pois, o Velho Lobo abandonava sua função de ponta para marcar as descidas dos laterais adversários, e assim o sistema mudou para o tão utilizado 4-4-2. De qualquer forma, justiça seja feita, Zagallo foi fundamental para a conquista brasileira da sua primeira copa do mundo. Outros pontas importantes como Canhoteiro, Pepe, Edu, Joãozinho, Dirceu, Julio Cesar Uri Geller, Éder e até mesmo o fanfarrão do Denilson devem ter vontade de arrancar os olhos com o que estão fazendo com o território que os consagrou no passado.

Recentemente, Pelé criticou Neymar, que se esconde na ponta esquerda quando o jogo está difícil. Messi, mesmo com os 3 gols marcados contra o Brasil no último amistoso, ainda é muito cobrado pela torcida argentina e seu futebol só apareceu quando o técnico Alessandro Sabella deu a liberdade que o melhor jogador do mundo tem quando atua pelo Barcelona. Cristiano Ronaldo, pelo Real Madrid, joga livre, pela seleção portuguesa some na ponta. Até mesmo Robben, jogador que mais se parece com os da antiguidade, desequilibra quando joga na direita, mas quando vem para a esquerda, apenas figura em campo. 
Até mesmo Ronaldinho, eleito por 3 vezes como melhor jogador do mundo, hoje alugou um pedaço de campo na esquerda de ataque e, de lá, se limita a lançar bolas para área e nada mais.

Quando citei acima que nada é tão ruim que não possa ser piorado, tenho a tese comprovada com a "criação" do sistema 4-2-3-1, na qual o time se limita a jogar com apenas 1 atacante e outros 3 jogadores vindo de trás, sendo que nenhum deles é um ponta de ofício. 

A culpa pelo fracasso de novos ponteiros pode ser creditado em parte pela formação nas categorias de base, em parte pelos esquemas de jogo, mas, principalmente, pela personalidade de cada "craque" da atualidade em não assumir a responsabilidade de decidir a partida, jogando essa mesma responsabilidade na pobre ponta esquerda.

NR: Foram citados apenas ALGUNS ponteiros canhotos de ofício, vale destacar outros jogadores que também atuaram pela esquerda em ocasiões esporádicas: Garrincha (para muitos, tão monstro quanto Pelé), Julinho Botelho, Dorval, Edu Bala, Vaguinho (a lista é muuuuuuuito grande...)



Por Rudah Tozati, direto da ponta esquerda da cama.

Goleada e Pancadaria

Estrela da Massa acaba com o jejum de vitórias














Jogando fora de casa, o Estrela da Massa foi em busca da primeira vitória no ano, após um período de pausa nos campos.

O adversário (e mandante) do jogo foi Grêmio Taboão. Com um time recheado de veteranos, a equipe anfitriã contava com uma grande torcida na arquibancada, mas nem isso foi suficiente para brecar o ataque do Estrela, que foi a campo com: Rafael Pulga, goleiro (1° tempo). A defesa com Lêla (LD), Celso Pires Jú (Zag), Serginho (Zag) e Thiago Camilo de Oliveira Mamera (LE). O meio foi de Carlos Eduardo Tostines(Vol), Felipe Drumond Tupã (Vol), Fabio Nunes (Mca) e Alan Carvalho (Mcai). Na frente, Tchu-tchu Eto'o (Ata) e Rafael Baga Fenômeno(Cen) . Na segunda etapa: Marcel, Zóio, Fernandinho Belô, Bruno Juquinha, Fubá e Mauro Inácio de Testa Jr.foram pro jogo. O clássico de Bernô marcou também a estreia do técnico Rudah Tozati, responsável por posicionar o time do Pombal de modo a sufocar o adversário, que não aguentou a pressão dos craques do Conjunto Residencial Rudge Ramos. 

O jogo

A partida começou equilibrada e o bom toque do Grêmio Taboão forçava o Estrela a correr de forma equivocada. Após os ajustes na marcação, o time do Pombal entrou no jogo e abriu o placar com Tchu-tchu Eto'o, 1 a 0, logo aos 15 da primeira etapa.
A defesa seguia bem postada, com Lêla e Thiago Mamêra fazendo a cobertura necessária. Celso e Serginho ganhavam todas as disputas com o ataque adversário. O meio tocava a bola, tentando escapar da boa marcação do time do Taboão. 
Em uma escapada pela esquerda, na raça, Rafael Baga Fenômeno ganhou a disputa com o zagueiro e ampliou com toque por cobertura no goleiro, um golaço! Digno de placa no campo do Taboão. Com 2 a 0 no placar, o Estrela seguia atacando e perdendo oportunidades. Quando o cronômetro já marcava 45 da primeira etapa, o volante Carlos Eduardo Tostines recebeu uma cotovelada do atacante do Taboão, em uma disputa de bola no meio de campo. O árbitro fez que não viu e no revide do meio-campista, a confusão foi generalizada. Porrada pra todo lado. O árbitro, caseiro, expulsou os 2 e encerrou o primeiro tempo.

O técnico Rudah promoveu algumas mudanças e, logo no início da segunda etapa, Tchu-tchu Eto'o ampliou. 3 a 0. Após marcar o seu segundo gol no jogo, o atacante ainda prometera mais 2 gols para o treinador.
As entradas de Fernando Belô, Marcel e Rafael Pulga deram cadência e cansaram o time mandante.
O time do Pombal seguia tocando a bola e impondo seu ritmo. O 4° e o 5° gol foram questão de tempo, e promessa feita é promessa cumprida, Tchu-tchu Eto'o, ele mesmo por duas vezes, fechou o caixão da equipe da casa, dando números finais à partida. Antes do árbitro encerrar o jogo, Mauro Inácio de Testa Jr. foi expulso juntamente com o volante do Taboão, após um empurra-empurra no meio de campo.

Agora, a equipe do Estrela da Massa se prepara para mais um desafio que será confirmado após sorteio, a ser realizado nesta semana.
É o Estrela da Massa no projeto "Tóquio 2022"!






Por Rudah Tozati, direto do Centro Esportivo do Taboão, São Bernardo do Campo-SP


Da série: Craques da Terra, Craques Anônimos 

terça-feira, 24 de abril de 2012

Todo bom time começa por um...

No último final de semana, Júlio César falhou? Sim, e muito, e o Corinthians está fora. Deola também e o Palmeiras caiu. Felipe, idem e o Flamengo deu adeus ao Campeonato Carioca.

Fazendo uma análise do atual momento dos nossos goleiros, vejo que o torcedor são paulino não vê a hora de Rogério, mesmo beirando os 40, retornar. No Santos, Rafael foi o exemplo do “provisório-definitivo”. Ocupou o lugar de Felipe, que saiu brigado com a torcida após discutir pela internet ao ser chamado de “mão de alface”. No Rio, Felipe é aquilo que todo mundo já sabe, pipoca na hora em que o time mais precisa dele. Jefferson é o selecionável, mas que falhou nos 2 gols do Bangu na semifinal do Carioca. No Flu, ninguém se firma. Já no Vasco, Prass venceu a desconfiança, mas passa longe de ser um candidato para 2014. Temos outros arqueiros, como: Fábio, do Cruzeiro, e Victor, do Grêmio, goleiros que estão há um bom tempo em seus clubes e são candidatos à posição para a próxima Copa.

Não temos uma unanimidade para a posição, aliás, temos apenas uma unanimidade para os 22 que serão convocados: Neymar.

Se todo bom time começa por um bom goleiro, vamos montar pelo menos um time, já que nem o goleiro estamos encontrando...




Rudah Tozati

A Maldição

Demorei até digerir a derrota do Corinthians para a Ponte, no último domingo (22), no Pacaembu.

Não desqualifico a vitória do alvinegro campineiro, que cumpriu (e muito bem) sua proposta de jogo. Pelo contrário, acho que a Ponte poderia ter matado o jogo no 1° tempo, se tivesse aproveitado outras duas chances de gol que foram criadas. Mas a forma como o, até então, invícto no Pacaembu, Corinthians perdeu, foi o que me preocupou. Não vou negar que passou um filme na minha cabeça das eliminações do Timão na Libertadores, na qual, com exceção apenas de 99 e 2000, todas tiveram um vilão, um jogador que foi “responsável” por tal eliminação. Moacir, Coelho, Kleber, Roger, Alexandre Lopes e Guinei, são apenas alguns exemplos de jogadores que ficaram marcados.




 
Se a defesa era o ponto forte da equipe corintiana, nesse domingo ficou provado que o “paredão” pode cair, e caiu.

O Adenor tem 9 dias para trabalhar isso. Não será fácil. Não é a primeira vez que o Corinthians disputa a Libertadores com um goleiro contestado. Nomes como Johnny Herrera, Mauricio e o próprio Felipe, que sofre do mesmo mal de Julio César, falhar em momentos decisivos, fizeram os pobres sofredores das arquibancadas esperarem por mais uma vez a chegada da competição, que é uma verdadeira obsessão no Parque São Jorge, e sentirem aquele eterno pavor que não os abandona em partidas da Taça Libertadores da América.

O corintiano que está preocupado, assim como eu, levante o alface, ops... quis dizer a mão.


Rudah Tozati

segunda-feira, 23 de abril de 2012

A Elitização


Há tempos venho desenvolvendo essa conversa com Henrique Celso, até que chegou o dia de escrever sobre este tema.

O processo de elitização na qual estamos passando vem refletindo diretamente no nosso comportamento e, sem perceber, estamos nos adaptando de forma passiva a tal mudança.

Procurando exemplos, foi muito simples encontrar. Todo esse pensamento começou a partir de uma reflexão sobre o “novo” formato nos shows de bandas “independentes”. Notei que dificilmente nos deparamos com aquela inocência em cima do palco e, consequentemente, nos bastidores destes eventos, a situação é pior. Os valores exorbitantes das entradas se assemelham ao processo de elitização do futebol, que utiliza como modelo o método adotado na Inglaterra, onde o ingresso mais barato não sai por menos que 70 pounds (aproximadamente 210,00 reais). Ou seja, tanto o frequentador de shows quanto o torcedor brasileiro tem que se planejar, caso queira acompanhar sua banda favorita ou seu time do coração no estádio.

No exemplo dos shows, há uma explicação, não justificável, mas bastante utilizada. Com a quebra do mercado fonográfico, restou aos artistas a renda vinda das apresentações e não mais da venda de cds e dvds. Veja os exemplos dos valores de festivais como Rock in Rio e SWU, sem falar no preço cobrado pelo show da Madonna, em que a produtora foi notificada pelo Ministério Público, devido à cobrança surreal de R$ 800,00 por um ingresso.

No caso do futebol, o “aceitável” é a permanência de grandes nomes da bola em solo tupiniquim, deixando o sonho de atuar no futebol europeu em segundo plano, uma vez que o salário pago pelas equipes brasileiras é semelhante (às vezes maior) ao europeu, e mesmo assim, com altos investimentos nos plantéis, os clubes continuam deixando o torcedor sem seus direitos, mesmo com o Estatuto do Torcedor em vigor, o financiador de tudo isso ainda é submetido a ingressos caros, estádios sem assentos, banheiros imundos, violência, falta de estacionamento, entre outras coisas...

Da mesma forma que somos “obrigados” a torcer por ex-jogadores em atividade que voltaram da Europa para finalizarem a carreira no Brasil, temos de engolir a volta de bandas que haviam acabado e resolveram voltar à ativa, fazendo turnê por aqui para arrecadarem uma grana fácil.

Portanto, para acompanhar a elitização, faça hora-extra em seu trabalho, economize ao sair para comer, diminua sua conta de telefone fixo, passe seu celular para pré, se vista com roupas brechó e ande com seu carro só na descida para economizar combustível. Era só o que faltava, né...




Rudah Tozati

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Os 3 lados

Após o jogo de ontem, deparei-me com 2 tipos de torcedores do Corinthians, que vieram conversar comigo:

TEXTO DO PESSIMISTA
Amigos corintianos vieram até mim e perguntaram se eu estou torcendo contra por não me empolgar com o futebol apresentado pelo Timão até o momento... Não. Jamais torceria contra, mas temos de ser realistas, a partida de ontem foi contra ninguém, um time sem tradição, de um país sem tradição, já eliminado da competição, que veio apenas para trocar de camisa com os corintianos ao final do jogo. O jogo foi tão fácil que me lembrou um certo 7 a 1, mas confesso que o adversário de ontem foi mais dificil... A próxima fase ainda será mole, mas a coisa começa a apertar a partir das quartas, somente dali em diante saberemos se esse Corinthians poderá ir além...

TEXTO DO OTIMISTA
Quem é melhor? Corinthians ou Barcelona? A resposta é simples: Corinthians. O Barça tem um Messi. Nós temos um Messi para cada posição. O Adenor avisa aos seus comandados que correr para ganhar de 1 ou ganhar de 10 gera o mesmo número de pontos na classificação, por isso a grande quantidade de vitórias pelo placar mínimo. Pra que correr mais? Ontem, o Barcelona correu e perdeu, e o Corinthians? Ah, o Barça pegou o Chelsea e o Corinthians enfrentou o Deportivo Táchira... O Táchira nunca ganhou a Libertadores, mas venceu o campeonato venezuelano 7 vezes, enquanto o Chelsea nunca venceu a Champions e foi campeão inglês apenas 4 vezes... Levando em consideração que o time venezuelano tem 38 anos de história, já os Blues tem uma história centenária no futebol. História à parte, pode ser de Munique, Madrid, Barcelona ou de Londres, o ROLO COMPRESSOR ALVINEGRO vai atropelar no fim do ano. Aqui não pipoca pra jogador de video game não! Ralf neles!

A minha opinião? Nem um, nem outro.





Rudah Tozati

segunda-feira, 12 de março de 2012

Punk Rock, Strip-Tease e Pizza

Nunca fui um cara boêmio. Pelo contrário. Quem me conhece sabe que não bebo e nem fumo. Portanto, não sou a melhor companhia para momentos que envolvem essas características.
A palavra "balada" sempre me causou um certo mal-estar. Balada me lembra várias situações, desde piriguetes e bobalhões que andam com seus carros tunados atrapalhando a vida alheia com o som alto (e em 99,9% dos casos tocando porcaria) até mulheres trajando social, que trata um simples passeio noturno como uma oportunidade única de expandir seu network (não se desligam do trabalho por nada, malditos workaholic!). Tem ainda aquele cara que desfila com sua camisa Armani (ou do Brás mesmo), com mangas dobradas 3/4, profissional liberal na faixa dos 40 anos que pensa que ainda tem 20... Lamentável.
Desabafos à parte, a noite do último sábado, 10, ficará marcada na memória.
Procurando um lugar para passear, a Outs, casa de shows de rock localizada na rua Augusta, foi o local escolhido. Pelo que me recordo, não vou ao local desde 2005 ou 2006. A noite seria de uma banda de Rockabilly, um Social Distortion cover e um Clash cover. Confesso que assistir a bandas covers nunca foi dos meus passeios favoritos, afinal se for para escutar o cover ao vivo, prefiro ficar em casa ouvindo o original. Mas a noite prometia ser bacana. Algo me dizia isso.
Chegando à Augusta, os mesmos problemas de sempre: trânsito, muita gente e estacionamento caro (20$).
Já dentro da Outs, que não estava lotada (havia cerca de umas 200 pessoas - a casa tem capacidade para um pouco mais que o dobro do público presente), a primeira banda subiu ao palco. Executando um rockabilly com um ar punk, Os Degolados fizeram uma apresentação do tipo que me irrita. Odeio banda que simula estar doidona no palco, com vocalista falando mole e babando a cerveja que está segurando. Sobre a música, era como algo que tentava soar como uma mistura de Replicantes com Stray Cats. Deixa pra lá...
A segunda banda tomou o palco e tinha a missão de recuperar o ânimo do público. O Social Distortion cover tinha não apenas um som redondinho, mas também um vocalista que cantava como Mike Ness e ele também parecia fisicamente com o frontman da banda californiana. Mesmo sendo uma banda cover, a apresentação foi bem legal.
Para quem conhece a Outs, sabe que os show acontecem no andar de entrada. Já no piso superior, há uma pista de dança e a discotecagem rola por lá. Ao nos dirigirmos para o segundo andar, Aline (a digníssima) e eu nos deparamos com algo que acontecia no banheiro (lá o sanitário não tem distinção entre homens e mulheres)... Primeiramente saiu uma mocinha com trajes da Alemanha, lembrando as germânicas dançarinas da Oktober Fest. Pouco tempo depois, uma mulher loira com roupas de redinhas vermelhas e pretas bem transparentes. Ambas vão até o palco e numa entrada incrível a moça de cabelos cor do sol entra em cena ao som de "U Can't Touch This", do MC Hammer! Preciso dizer que lembrei de muitos amigos, logo quando esse som começou, vale destaque para Felipe Felipote, Francisco Júnior, Bruno Zanco e Lia Maria, Thiago Albertine, Leandro Assef, Marcelo Marcelando, Kleber Mr Bassman, Thiago e Arthur Bastian, integrantes do premiado grupo de dança "Maringá Best Dancers". Foi incrível a performance da moça, que acabou deixando todos os presentes boquiabertos. Aline e eu fomos contagiados pela simpatia da mulher, que frenéticamente dançava e se despia, sem ser vulgar, e sim divertida. Ao final de sua apresentação todos aplaudiram e um grito ecoou dentro do recinto: "VAAAAAAAI CUUUUURINTIAAAAAA!" Arrancando risos de todos.
Sem deixar a petéca cair, a alemãzinha subiu ao palco tendo como trilha uma canção folclórica germânica, prendendo a atenção dos espectadores. A apresentação foi tão divertida quanto a anterior. Vale dizer que em momento algum as meninas foram destratadas e o respeito imperou. Mesmo com muitas mulheres no evento, os comentários eram positivos e todos se divertiam durante e após as apresentações.
Fechando a noite, o Clash cover começou seu show e a semelhança do quarteto paulistano com o quarteto londrino merece aplausos. Joe Strummer ficaria orgulhoso.
Já era por volta das 4 e pouco, a Augusta começava a aglomerar os "fim de feira", quando o Pedaço da Pizza foi a solução da nossa fome. Fica aqui meu registro de que não podíamos esperar por um cardápio de muitas opções, mas o pedaço de Margherita combateu heróicamente os gritos que vinham do meu estômago.
Após tanto tempo sem sair para me divertir até tarde (ou cedo), retornamos ao ABC com o dia clareando.
De lição fica: Nem toda banda que toca música própria é boa, nem todo cover é ruim e nem toda nudez é putaria.

Rudah

A trilha sonora não poderia ser outra se não...

sexta-feira, 9 de março de 2012

Ronaldo Eterno

Após uma conversa com Sir Marcelo Viegas, o mesmo refrescou minha memória que ontem, 08 de março, fez 3 anos do 1° gol do Fenômeno com a camisa do Coringão. Não pude deixar de abrir minha carteira e conferir se o ingresso ainda estava lá... Sim, ele está comigo até hoje. Desbotado, amassado, mas comigo. Recordo-me que Prudente estava em ebulição, não apenas pelo clássico, mas pelo calor infernal de mais de 40° na sombra, afinal, Prudente tem um sol para cada habitante. Também lembro de ter sido tudo sofrido, desde a aquisição dos ingressos até a entrada no estádio. Um salve para a dona Monica Costa Tenorio, que como sempre me recebeu muito bem em sua residência.
Lá estávamos nós, Felipe Epilef, Marcelo Tenório, entre tantos milhares de corintianos. Dizer que éramos maioria no estádio é redundante, pois somos a maioria em qualquer lugar.
Pra variar, não há vida fácil quando se escolhe torcer para o Time do Povo, e a situação ficou mais complicada quando Felipe, nosso goleiro na época, falhou (pra variar) e saímos perdendo.
Éramos mais time, mas a coisa não ia... Faltava liga, mágica. A expressão de apreensão estava estampada na cara de cada um dos loucos que fazem parte do bando mais fiel. Sim, corintiano não desiste nunca. Ninguém poderia representar melhor essa frase do que o gordinho que assistia impacientemente do banco a derrota do time.
Ronaldo foi chamado.
O ar de desconfiaça devido sua performance (digna de dó) com sua estréia com a camisa do Coringão pela partida na Copa do Brasil durante a semana, foi superado pela esperança depositada no maior artilheiro de todas as copas. Ronaldo pegou na bola 3 vezes. Na primeira, sofreu a falta. Na segunda, entortou a espinha de Pierre - acredito que este drible tenha sido o motivo pela qual o palmeirense tenha ficado fora do futebol se recuperando por tanto tempo - e chutou de fora da área carimbando o travessão. Como uma grande obra prima do cinema, o melhor estava guardado para o final, e quando a bola saiu em escanteio aos 47 do segundo tempo, na arquibancada sabíamos que seria o último lance do jogo. Douglas partiu para a cobrança... a zaga do Palmeiras era mais alta que a do Corinthians, mas Ronaldo estava lá. A bola passou por todo mundo, menos por ele. Ronaldo brilhou e colocou abaixo não apenas o Prudentão, mas o alambrado que hoje leva seu nome em uma bela homenagem.
Corrí demais. Subí na grade. Olhava para os lados e não acreditava no que estava acontecendo. Como um efeito matrix na vida real, havia choro e as lágrimas caíam em câmera lenta. Não ví o título de 77, mas posso dizer que foi a maior comemoração que já presenciei. Parecia o fim dos tempos. Se ganhamos o jogo? Isso pouco importa.
Hoje, exatos 3 anos depois, posso dizer que eu ví o maior (em todos os sentidos) camisa 9 de todos os tempos jogar.
Ronaldo brilhou muito no Corinthians.

Eu sei que do gol muitos se lembram, mas escutar o gol com essa narração não tem igual. Com vocês, o Pai do Gol: José Silvério.
 
A trilha sonora vai de At The Drive-in.
 Rudah

segunda-feira, 5 de março de 2012

Para nós, o jogo é quarta

A derrota do Corinthians para o Santos, na Vila Belmiro, no último final de semana foi aceitável. Não que o placar tenha sido justo (ou injusto), mas o fato de ter poupado tantos titulares não leva o Adenor, nem a torcida corintiana, a lamentar o resultado.
A única coisa que se pode lamentar foi a briga feia entre torcedores do Santos e do Corinthians do lado de fora do estádio.
Em campo, as oportunidades aconteceram para ambos os lados, mas em um clássico não se pode desperdiçar as chances criadas, e como diz a máxima do futebol: Clássico é decidido nos detalhes.
Se para o Santos o jogo marcava a reabertura da Vila e mais uma oportunidade de ter Neymar e Ganso (voltando à boa fase) juntos, para o Corinthians, que parecia entrar em campo para esperar o momento do juiz encerrar a partida, um empate estava de bom tamanho. Fato que não aconteceu.
Neymar não estava nos seus melhores dias, mas Muricy escalou o Peixe com força total. O Corinthians com 7 desfalques e Adriano como titular, pouco criou, mas melhorou após as entradas de Cachito Ramirez e Paulinho. No fim, vitória do Santos pelo placar mínimo com gol de Ibson.
De qualquer forma, o Timão segue na liderança do Campeonato Paulista e a cabeça dos corintianos está mesmo na partida de quarta, no Pacaembú, contra o Nacional do Paraguai. E pelo andar da carruagem, lá vem mais sofrimento... mas vai ter vitória do Corinthians.

Rudah






Trilha sonora para quarta:

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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Só mais um

Segundo uma matéria publicada no Jornal Lance, de hoje, 24/02, Adriano confidenciou a amigos que estaria projetando sua saída pelos fundos do Parque São Jorge.
http://www.lancenet.com.br/corinthians/Adriano-planeja-saida-Corinthians_0_651535066.html

É muita coragem e risco de um dos principais jornais esportivos do país expor uma informação como esta sem ao menos contactar um representante do jogador e um membro da diretoria corintiana. Lógico que ambos os lados negariam essa notícia.
De qualquer forma, o contrato do atacante vence dentro de quatro meses. Realmente, até o momento a diretoria alvinegra ainda não tratou de renovação, mas também não jogou a toalha no projeto de recuperar Adriano. Lembrando que quando chegou ao Corinthians, o Imperador disse que precisava de apenas 2 meses para se recondicionar...
A paciência da torcida esgotou há algum tempo, porém todo corintiano esqueceria as críticas ao atacante  caso viessem boas atuações e gols, coisas que ainda não aconteceram.
Se nem o maior artilheiro de todas as copas, eleito por três o vezes melhor jogador do mundo e protagonista dos dois títulos que o Corinthians conquistou em 2009 foi poupado de críticas, não será Adriano o primeiro a conseguir sair ileso.
A torcida do Corinthians ama na mesma proporção que odeia. Tudo é passional. Ídolos muito mais importantes que Adriano sofreram (alguns literalmente na pele) por não conseguirem satisfazer os desejos dos alvinegros. Basta lembrar de um dos maiores jogadores de todos os tempos: Roberto Rivellino, que até sua saída do Timão era o "Reizinho do Parque".

Disciplina, respeito, comprometimento e, principalmente, profissionalismo são palavras que devem estar em todos os lugares que a pessoa/atleta for, já que optou por ter uma carreira ligada ao esporte. Atleta é formador de opinião, é ídolo, é exemplo e tem que estar preparado para lidar com estas questões. O jogador tem um tempo para se preparar para assumir estas responsabilidades. Se ele não consegue gerenciar a própria carreira sozinho, pode contar com uma equipe de assessores dos mais variados assuntos que o próprio clube fornece (isso no caso de atletas de ponta, exemplo do atleta em questão).

No caso de Adriano, parece que o atacante, que é para-raio de confusão, está sempre disposto a colaborar com a imprensa, mas não a responsável pelo esporte, mas sim, pelas páginas policiais e fica sempre a mesma pergunta: Qual será a próxima que o atacante do Corinthians vai aprontar?

Se Adriano realmente for, não deixará saudades. Afinal, é difícil sentir falta de quem nunca esteve presente.

Na república de mais de 30 milhões de loucos, o Imperador é só mais um.


Na Marechal do Marechal com Marechal

Para quem conhece São Bernardo do Campo sabe que a rua Marechal Deodoro é a principal via do comércio que movimenta nossa cidade. O Marechal de Deodoro da Fonseca foi nosso primeiro presidente e se seus restos mortais, se ainda estivessem num caixão, com certeza se revirariam de revolta por tal homenagem.


Marchando com meu Vans surrado e de sola descolando (aceito doações), como o Marechal fez com suas botas rumo às terras paraguaias para a maior batalha nossa da história (que orgulho...), lá estava eu na calçada da direita de São Bernardon e após alguns passos chego à conclusão que algumas só acontecem aqui.

Em meio a tantas pessoas, escuto um grito "Aê maluco, tô ligado, vc é do SENAI...". Ok, realmente, eu fiz SENAI, em São Bernardo, mas isso foi em 99, ou seja, 13 anos atrás. Um tanto quanto curioso em notar que o figura caminhava em minha direção, percebi que era um figurinha fácil de ser lembrado, mas não me perguntem o nome, não faço nem ideia.
Pois bem, ao se aproximar de mim, o garoto polaco, um pouco mais baixo que eu (tenho 1,77) e de dentes zuados (minha tia Rose, de Santos, teria muito trabalho no consultório com ele como paciente) continuou a passar a minha ficha: "Você estudou no 20 de Agosto...". Mais uma vez ele acertou, mas isso também aconteceu em 2000, há apenas 12 anos. Mais um ponto para o alemãozinho de boa memória. Pensei, tenho que dominar essa situação. Coloquei-o como entrevistado e como se fosse meu melhor amigo: "Fala aê, Alemão! Como você está?". Maldita hora que fui perguntar por isso. Mal sabia eu que teria que atuar como psicólogo e assessor jurídico. "Pois é cara, saí do trampo... Briguei com os filhos do meu chefe" disse ele. Fiz cara de espanto e deixei que continuasse o relato. "Agora estou indo lá ver se eles me pagam, se não me pagarem, vou na justiça!"  Dei alguns conselhos sobre onde conseguir tal assessoria e como tentar um diálogo com o ex-patrão para resolver as coisas da melhor forma possível.
O mesmo se despediu com um sorriso sincero e votos de sucesso para mim. Repeti as palavras, mas volto a informar que não faço ideia de quem ele seja...

Menos de uma quadra percorrida, fui abordado por uma coreana, de baixa estatura, que não devia ter mais do que 16 anos. Ela veio em minha direção com um sorriso, milhares de canetas na mão e começou a acompanhar meus passos rápidos rumo ao meu trabalho. A fim de despistá-la, falei o discurso de sempre, que não tinha tempo para lhe dar atenção e nem dinheiro para comprar o que estava me oferecendo. Ela perguntou se poderia falar o porquê de estar ali caminhando comigo com as canetas na mão. A coreaninha simpática se apresentou, seu nome era Erica, mas não me perguntem o sobrenome que pode ser qualquer coisa tipo Ching, Ling, Tsun, Park ou Lee, entendeu, né?! Ok!
Ela disse estar fazendo um trabalho voluntário com a venda de canetas para ajudar a menores pela igreja dela. Lógico que perguntei para qual igreja a mesma estava representando. Respondeu-me "a igreja da Unificação, você conhece?" Disse que sim e apenas para confirmar perguntei se era a do Reverendo Moon. A pequena coreana fez o sinal de positivo com a cabeça demonstrando um certo espanto. Aproveitei o assunto e testei seus conhecimentos sobre o Reverendo, questionando se ela sabia que ele era dono de um time de futebol profissional. Mais uma vez a pequenina respondeu de bate-pronto: " O Atlético Sorocaba!" Ok. Ela entende das coisas. Contei a ela a história de que divulgaram na China que a Seleção Brasileira faria um amistoso contra a seleção local, mas o que mandaram pra lá foi o time do Atlético Sorocaba e quando os chineses descobriram que a equipe de uniforme canarinho e de futebol extremamente limitado (pra não dizer horroroso, assim como o do Mano Menezes...) não era o time de Kaká e Ronaldinho Gaúcho a coisa ficou feia  e até o Reverendo Moon teve que intervir para trazê-los de volta ao Brasil. Detalhe, o jogo acabou 0 a 0. Histórias à parte, seguimos andando na Marechal e ela continuava tentando me convencer a comprar uma caneta. Meu lado solidário falou mais forte e pela persistência da oriental, acabei ficando com uma. Acho que no fim, ela acabou gastando uma parte do dinheiro pagando o ônibus, afinal ela foi parar muito longe do local onde nossa conversa começou.

Recoloquei meu fone na orelha e segui escutando MC Marechal e suas rimas na Marechal do Marechal.

Um dos trechos da música "Viagem", do Marechal,  retrata bem o que passamos diariamente nas ruas das grandes cidades e este foi apenas o relato de mais um exemplo.

"Por que na rua ninguém mais se encontra,
Se esbarra
Ninguém mais se olha,
Se encara
Ninguém mais se ama,
Se amarra
Pra ser feliz ninguém mais se joga,
Se agarra"




    

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Hardcore Contra Cultura em São Bernardo do Campo


No último dia 19, foi realizado em um dos galpões do Cajuv, a Coordenadoria de Ações para a Juventude de São Bernardo do Campo, o Hardcore Contra Cultura. O evento, que teve entrada gratuíta, reuniu mais de 400 pessoas no domingo de carnaval.
A banda de Still Strong abriu a tarde de shows mostrando um hardcore de muita energia no palco.
Em seguida, começou a primeira das 3 sessões da oficina de stencil, ministrada pela artista de rua Verônica Amores "V". Com aulas com duração de 10 minutos e limitadas a 10 alunos por vez.  Neste intervalo de 30 minutos entre uma banda e outra, o produtor Felipe Madureira apresentou o primeiro de 3 documentários que foram exibidos na sala de vídeo.
A segunda banda a se apresentar foi o Leptospirose. O trio de Bragança Paulista tem no carismático vocalista e guitarrista Quique Brown as cartas na manga de como conduzir uma grande apresentação. E dá-lhe pipoca...
Para a segunda pausa, as oficinas voltaram com força total. As salas ficaram pequenas devido a grande procura pelas aulas de stencil e por um raro espaço entre os espectadores dos documentários.
Enquanto isso, O Inimigo arrumava seu equipamento e fazia aumentar a ansiedade do público. A performance da banda foi impressionante. O som dispensa comentários. Uma das principais bandas do cenário no gênero.
Última pausa para as oficinas, assim os ministrantes puderam encerrar seus trabalhos, enquanto alguns se arriscavam de skate no mini-ramp localizado próximo ao palco.
A montagem de uma outra bateria no palco já mostrava o que estaria por vir... Completando 25 anos de história, o Ação Direta, como é de costume, fez mais uma bela exibição. Com um set bem variado, o quarteto de São Bernardo deixou todos os admiradores da banda satisfeitos. Uma aula de como se fazer um som pesado.
Ao final das apresentações, foi servido um jantar vegetariano, de forma gratuíta também.
É a Cajuv, Coordenadoria de Ações para a Juventude de São Bernardo do Campo, realizando em parceria com os integrantes do Projeto Hardcore Contra Cultura mais um evento de entretenimento e informação.

50 chibatadas

Quando acordei, prometi para mim mesmo que não iria falar de futebol.
Por quê?
Simples. Seria uma forma de deixar com que tantos torcedores que dizem que o Corinthians é sempre favorecido pela arbitragem engolissem do próprio veneno, afinal, o que o sr. Guilherme Ceretta de Lima fez com o Bragantino foi algo muito parecido com o que o Dr Fritz faz com seus pacientes, operar sem anestesia. Lembrando apenas que os árbitros erram e acertam para os 2 lados, para os grandes e para os pequenos.
Mas ok, não é este o assunto pela qual vou tratar, e sim, o gol que perdeu o Deivid, na semifinal da Taça Guanabara entre Flamengo e Vasco .
O "Gaguinho" perdeu não só o gol, mas a vaga na final e, de quebra, a chance de manter o tabú contra o time da Colina.
Deivid está sendo vítima de bullying mundial pelo lance bizarro.
A sorte do camisa 9 rubro-negro é que no país do carnaval tudo acaba em samba (ou em Le Parkour e chamas...), se fosse lá na terra do Osama...



Tempo ao tempo

Toda mudança é uma aposta.
A questão da adaptação conta muito com a vontade de quem mudou em tentar fazer com que sua mudança dê certo. Não basta mudar, tem que querer mudar. Não se trata apenas de um deslocamento ou fuga, mas de uma reflexão de tudo que foi feito até então. Hora de levar em conta os riscos e quais serão os pontos positivos de toda alteração. Não esquecer as raízes e ter paciência são aspectos fundamentais para o êxito.
 Dificuldade é algo natural nesse trajeto. A superação desses obstáculos fortalecem a caminhada e valorizam cada conquista.
No fim, vai perceber que era só questão de tempo para tudo se encaixar. Tudo fica mais fácil quando se tem em quem confiar. Afinal, nunca se está sozinho.

http://www.youtube.com/watch?v=pEHVg-m2ZM4