quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Entrevista com Maldita Minoria

O que você consegue fazer em 9 minutos? Eu aposto que ainda não ouviu um disco com 10 faixas por inteiro.
 
Feito esse que o Maldita Minoria realizou. Esse é o nome do novo projeto de Nenê Altro, vocalista de importantes bandas do cenário independente nacional (Personal Choice, Dance of Days e Sick Terror), escritor, fanzineiro e batalhador do underground.





O Maldita Minoria surgiu oficialmente há pouco mais de 2 meses e já lançou seu primeiro álbum: "E Quem Disse Que Eu Morri?". Um prato cheio aos apreciadores de hardcore, trash e crossover.



A banda inicia uma sequência de shows para divulgação do disco e para quem duvida do quarteto formado por Nino Tenório, Diego Rocha, Fernando Santoz e Nenê Altro pode ter a certeza que eles estão mais vivos do que nunca.
 





Arquibancada Subpop - O que o público mais velho, que acompanha seu trabalho desde os tempos de Personal Choice e Dance of Days (ainda em inglês), pode esperar do Maldita Minoria? E o que o público mais novo tem achado desse novo projeto?

Nenê Altro – Quem me acompanha desde o início pode esperar o que mais gosto de fazer: HARDCORE. Gravei o ep do Personal Choice em 1995, o primeiro do Dance em 1997, criei o Sick Terror em 1999, mas desde que saí do Sick Terror em 2004 não fazia algo na pegada ultra rápida. Estava sentindo falta. Antes desse primeiro Maldita Minoria eu considerava o ep “Aborto Legal” do Sick Terror, de 2002, a melhor coisa que eu tinha criado no estilo, tanto nas bases quanto nas letras. Esse projeto do Maldita eu arrasto desde 2009, mas ainda não tinha conseguido tocar adiante. Já tinha todas as músicas (e tenho muito mais!) mas o que faltava era achar a galera certa.

AS - As letras do MM são como uma sequência de socos na cara, mais explícito impossível. Acha que nesse disco de estreia a banda conseguiu registrar tudo da forma como havia planejado?

Nenê Altro – Sim, saiu melhor que eu esperava. Muitas músicas estão exatamente como criei mas muitas tiveram uma alteração em cima da química que achamos da banda e algumas foram totalmente transformadas, e para melhor, tenho que dizer. As letras são as que sempre fiz, desde a época do Personal, dadas as devidas situações de tempo X espaço. Nunca fui de meias palavras. Aprendi que o HARDCORE acima de tudo é um meio de expressão e o uso dessa maneira desde o final dos anos 80, quando criei minha primeira banda. Muito melhor, mais sincero, mais barato e mais divertido que gastar grana com terapeuta. Vomito tudo em cima do palco e volto pra casa leve.

AS - São 10 músicas em pouco mais de 9 minutos. Era pra ser assim mesmo?

Nenê Altro - Era pra ser em menos tempo. Desculpem, vamos tentar melhorar isso rsrsrs A gente tem uma brincadeira entre nós nos ensaios em que dizemos “Passou de um minuto é poser!” (risos) Nós seguimos uma linha de bandas como Septic Death, Cryptic Slaughter, DRI, Ripcord, Lärm, então não tem muito bla bla bla não, é só o que tem que ser e é isso aí.

AS - O que podemos aguardar depois do "E Quem Disse Que Eu Morri?"?

Nenê Altro – Já estamos em estúdio, dessa vez para compor um álbum completo. A banda nasceu em 12 de maio e dia 29 de maio já estávamos gravando o disco! Era muita sede de existir e ir pra cima. E ainda mantemos o mesmo pique. Das bases que eu fiz, principalmente quando eu morei na baixada santista, ainda tenho umas 15 pra trabalhar, o Diego é uma máquina de riffs e acrescenta muito no lado crossover da banda, o Fernandinho sempre se envolve e contribui também com algum riff ou ideia... e o Nino, mano, DISCARGA, nem precisa falar mais nada, né. Isso tá na alma dele. Conheço ele desde bem o início dos anos 90, e estou muito feliz em estar tocando novamente com ele.

AS - Como conciliar o Maldita Minoria com seus projetos?

Nenê Altro – Está suave pois além do Maldita Minoria eu só tenho o Dance of Days. E meu trampo no independente, os festivais, o zine, as oficinas, palestras e a militância anarquista fluem naturalmente. O guitarrista do Dance está tendo agora seu primeiro filho então a banda está passando por uma fase mais calma, vamos aproveitar pra compor sem pressa um novo álbum. Nesse meio tempo estou dando um gás no Maldita Minoria, marcando todos os shows que consigo e preparando os projetos e objetivos para 2013.

AS - Depois de tantos anos correndo nessa estrada de música independente, o que ainda te motiva a seguir?

Nenê Altro – Me envolvi com o punk por volta de 1985. Desde então vivo isso dia após dia. Não sei ser de outra forma. Ainda acredito muito em tudo o que falo, e essa força é o que me fez vencer diversas fases ruins em minha vida, desde a própria adolescência. Amo meu trabalho no Dance of Days, jamais vou abandoná-lo ou colocá-lo em segundo plano, mas estava sentindo uma falta absurda de tocar com algo tipo o Maldita Minoria e digo uma coisa, essa sensação é maravilhosa, de colocar a raiva pra fora, não que não o faça no Dance – aliás, faço sim, e muito! – mas é uma coisa totalmente foda-se quem não gostar e eu estava sentindo muita falta de gritar nesse sentido.

AS - Obrigado pela entrevista e boa sorte ao MM.

Nenê Altro - Eu que agradeço! Quem estiver interessado em comprar nosso cd basta mandar um email para terrorzinho.wordpress@gmail.com ok? O cd custa 15 reais já com correio para todo país. Abraços!



Raio - X

Nome: Maldita Minoria
MM é: Nenê Altro - voz,  Diego Rocha - guitarra, Fernando Santoz - baixo, Nino Tenório - bateria
Desde: 2012
Local: Santo André - SP
Estilo: Hardcore, Crossover, Power Violence
Onde Escutar:  http://tramavirtual.uol.com.br/malditaminoria
Onde assistir: Aqui mesmo!





Por Rudah Tozati

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