sexta-feira, 9 de março de 2012

Ronaldo Eterno

Após uma conversa com Sir Marcelo Viegas, o mesmo refrescou minha memória que ontem, 08 de março, fez 3 anos do 1° gol do Fenômeno com a camisa do Coringão. Não pude deixar de abrir minha carteira e conferir se o ingresso ainda estava lá... Sim, ele está comigo até hoje. Desbotado, amassado, mas comigo. Recordo-me que Prudente estava em ebulição, não apenas pelo clássico, mas pelo calor infernal de mais de 40° na sombra, afinal, Prudente tem um sol para cada habitante. Também lembro de ter sido tudo sofrido, desde a aquisição dos ingressos até a entrada no estádio. Um salve para a dona Monica Costa Tenorio, que como sempre me recebeu muito bem em sua residência.
Lá estávamos nós, Felipe Epilef, Marcelo Tenório, entre tantos milhares de corintianos. Dizer que éramos maioria no estádio é redundante, pois somos a maioria em qualquer lugar.
Pra variar, não há vida fácil quando se escolhe torcer para o Time do Povo, e a situação ficou mais complicada quando Felipe, nosso goleiro na época, falhou (pra variar) e saímos perdendo.
Éramos mais time, mas a coisa não ia... Faltava liga, mágica. A expressão de apreensão estava estampada na cara de cada um dos loucos que fazem parte do bando mais fiel. Sim, corintiano não desiste nunca. Ninguém poderia representar melhor essa frase do que o gordinho que assistia impacientemente do banco a derrota do time.
Ronaldo foi chamado.
O ar de desconfiaça devido sua performance (digna de dó) com sua estréia com a camisa do Coringão pela partida na Copa do Brasil durante a semana, foi superado pela esperança depositada no maior artilheiro de todas as copas. Ronaldo pegou na bola 3 vezes. Na primeira, sofreu a falta. Na segunda, entortou a espinha de Pierre - acredito que este drible tenha sido o motivo pela qual o palmeirense tenha ficado fora do futebol se recuperando por tanto tempo - e chutou de fora da área carimbando o travessão. Como uma grande obra prima do cinema, o melhor estava guardado para o final, e quando a bola saiu em escanteio aos 47 do segundo tempo, na arquibancada sabíamos que seria o último lance do jogo. Douglas partiu para a cobrança... a zaga do Palmeiras era mais alta que a do Corinthians, mas Ronaldo estava lá. A bola passou por todo mundo, menos por ele. Ronaldo brilhou e colocou abaixo não apenas o Prudentão, mas o alambrado que hoje leva seu nome em uma bela homenagem.
Corrí demais. Subí na grade. Olhava para os lados e não acreditava no que estava acontecendo. Como um efeito matrix na vida real, havia choro e as lágrimas caíam em câmera lenta. Não ví o título de 77, mas posso dizer que foi a maior comemoração que já presenciei. Parecia o fim dos tempos. Se ganhamos o jogo? Isso pouco importa.
Hoje, exatos 3 anos depois, posso dizer que eu ví o maior (em todos os sentidos) camisa 9 de todos os tempos jogar.
Ronaldo brilhou muito no Corinthians.

Eu sei que do gol muitos se lembram, mas escutar o gol com essa narração não tem igual. Com vocês, o Pai do Gol: José Silvério.
 
A trilha sonora vai de At The Drive-in.
 Rudah

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