segunda-feira, 12 de março de 2012

Punk Rock, Strip-Tease e Pizza

Nunca fui um cara boêmio. Pelo contrário. Quem me conhece sabe que não bebo e nem fumo. Portanto, não sou a melhor companhia para momentos que envolvem essas características.
A palavra "balada" sempre me causou um certo mal-estar. Balada me lembra várias situações, desde piriguetes e bobalhões que andam com seus carros tunados atrapalhando a vida alheia com o som alto (e em 99,9% dos casos tocando porcaria) até mulheres trajando social, que trata um simples passeio noturno como uma oportunidade única de expandir seu network (não se desligam do trabalho por nada, malditos workaholic!). Tem ainda aquele cara que desfila com sua camisa Armani (ou do Brás mesmo), com mangas dobradas 3/4, profissional liberal na faixa dos 40 anos que pensa que ainda tem 20... Lamentável.
Desabafos à parte, a noite do último sábado, 10, ficará marcada na memória.
Procurando um lugar para passear, a Outs, casa de shows de rock localizada na rua Augusta, foi o local escolhido. Pelo que me recordo, não vou ao local desde 2005 ou 2006. A noite seria de uma banda de Rockabilly, um Social Distortion cover e um Clash cover. Confesso que assistir a bandas covers nunca foi dos meus passeios favoritos, afinal se for para escutar o cover ao vivo, prefiro ficar em casa ouvindo o original. Mas a noite prometia ser bacana. Algo me dizia isso.
Chegando à Augusta, os mesmos problemas de sempre: trânsito, muita gente e estacionamento caro (20$).
Já dentro da Outs, que não estava lotada (havia cerca de umas 200 pessoas - a casa tem capacidade para um pouco mais que o dobro do público presente), a primeira banda subiu ao palco. Executando um rockabilly com um ar punk, Os Degolados fizeram uma apresentação do tipo que me irrita. Odeio banda que simula estar doidona no palco, com vocalista falando mole e babando a cerveja que está segurando. Sobre a música, era como algo que tentava soar como uma mistura de Replicantes com Stray Cats. Deixa pra lá...
A segunda banda tomou o palco e tinha a missão de recuperar o ânimo do público. O Social Distortion cover tinha não apenas um som redondinho, mas também um vocalista que cantava como Mike Ness e ele também parecia fisicamente com o frontman da banda californiana. Mesmo sendo uma banda cover, a apresentação foi bem legal.
Para quem conhece a Outs, sabe que os show acontecem no andar de entrada. Já no piso superior, há uma pista de dança e a discotecagem rola por lá. Ao nos dirigirmos para o segundo andar, Aline (a digníssima) e eu nos deparamos com algo que acontecia no banheiro (lá o sanitário não tem distinção entre homens e mulheres)... Primeiramente saiu uma mocinha com trajes da Alemanha, lembrando as germânicas dançarinas da Oktober Fest. Pouco tempo depois, uma mulher loira com roupas de redinhas vermelhas e pretas bem transparentes. Ambas vão até o palco e numa entrada incrível a moça de cabelos cor do sol entra em cena ao som de "U Can't Touch This", do MC Hammer! Preciso dizer que lembrei de muitos amigos, logo quando esse som começou, vale destaque para Felipe Felipote, Francisco Júnior, Bruno Zanco e Lia Maria, Thiago Albertine, Leandro Assef, Marcelo Marcelando, Kleber Mr Bassman, Thiago e Arthur Bastian, integrantes do premiado grupo de dança "Maringá Best Dancers". Foi incrível a performance da moça, que acabou deixando todos os presentes boquiabertos. Aline e eu fomos contagiados pela simpatia da mulher, que frenéticamente dançava e se despia, sem ser vulgar, e sim divertida. Ao final de sua apresentação todos aplaudiram e um grito ecoou dentro do recinto: "VAAAAAAAI CUUUUURINTIAAAAAA!" Arrancando risos de todos.
Sem deixar a petéca cair, a alemãzinha subiu ao palco tendo como trilha uma canção folclórica germânica, prendendo a atenção dos espectadores. A apresentação foi tão divertida quanto a anterior. Vale dizer que em momento algum as meninas foram destratadas e o respeito imperou. Mesmo com muitas mulheres no evento, os comentários eram positivos e todos se divertiam durante e após as apresentações.
Fechando a noite, o Clash cover começou seu show e a semelhança do quarteto paulistano com o quarteto londrino merece aplausos. Joe Strummer ficaria orgulhoso.
Já era por volta das 4 e pouco, a Augusta começava a aglomerar os "fim de feira", quando o Pedaço da Pizza foi a solução da nossa fome. Fica aqui meu registro de que não podíamos esperar por um cardápio de muitas opções, mas o pedaço de Margherita combateu heróicamente os gritos que vinham do meu estômago.
Após tanto tempo sem sair para me divertir até tarde (ou cedo), retornamos ao ABC com o dia clareando.
De lição fica: Nem toda banda que toca música própria é boa, nem todo cover é ruim e nem toda nudez é putaria.

Rudah

A trilha sonora não poderia ser outra se não...

sexta-feira, 9 de março de 2012

Ronaldo Eterno

Após uma conversa com Sir Marcelo Viegas, o mesmo refrescou minha memória que ontem, 08 de março, fez 3 anos do 1° gol do Fenômeno com a camisa do Coringão. Não pude deixar de abrir minha carteira e conferir se o ingresso ainda estava lá... Sim, ele está comigo até hoje. Desbotado, amassado, mas comigo. Recordo-me que Prudente estava em ebulição, não apenas pelo clássico, mas pelo calor infernal de mais de 40° na sombra, afinal, Prudente tem um sol para cada habitante. Também lembro de ter sido tudo sofrido, desde a aquisição dos ingressos até a entrada no estádio. Um salve para a dona Monica Costa Tenorio, que como sempre me recebeu muito bem em sua residência.
Lá estávamos nós, Felipe Epilef, Marcelo Tenório, entre tantos milhares de corintianos. Dizer que éramos maioria no estádio é redundante, pois somos a maioria em qualquer lugar.
Pra variar, não há vida fácil quando se escolhe torcer para o Time do Povo, e a situação ficou mais complicada quando Felipe, nosso goleiro na época, falhou (pra variar) e saímos perdendo.
Éramos mais time, mas a coisa não ia... Faltava liga, mágica. A expressão de apreensão estava estampada na cara de cada um dos loucos que fazem parte do bando mais fiel. Sim, corintiano não desiste nunca. Ninguém poderia representar melhor essa frase do que o gordinho que assistia impacientemente do banco a derrota do time.
Ronaldo foi chamado.
O ar de desconfiaça devido sua performance (digna de dó) com sua estréia com a camisa do Coringão pela partida na Copa do Brasil durante a semana, foi superado pela esperança depositada no maior artilheiro de todas as copas. Ronaldo pegou na bola 3 vezes. Na primeira, sofreu a falta. Na segunda, entortou a espinha de Pierre - acredito que este drible tenha sido o motivo pela qual o palmeirense tenha ficado fora do futebol se recuperando por tanto tempo - e chutou de fora da área carimbando o travessão. Como uma grande obra prima do cinema, o melhor estava guardado para o final, e quando a bola saiu em escanteio aos 47 do segundo tempo, na arquibancada sabíamos que seria o último lance do jogo. Douglas partiu para a cobrança... a zaga do Palmeiras era mais alta que a do Corinthians, mas Ronaldo estava lá. A bola passou por todo mundo, menos por ele. Ronaldo brilhou e colocou abaixo não apenas o Prudentão, mas o alambrado que hoje leva seu nome em uma bela homenagem.
Corrí demais. Subí na grade. Olhava para os lados e não acreditava no que estava acontecendo. Como um efeito matrix na vida real, havia choro e as lágrimas caíam em câmera lenta. Não ví o título de 77, mas posso dizer que foi a maior comemoração que já presenciei. Parecia o fim dos tempos. Se ganhamos o jogo? Isso pouco importa.
Hoje, exatos 3 anos depois, posso dizer que eu ví o maior (em todos os sentidos) camisa 9 de todos os tempos jogar.
Ronaldo brilhou muito no Corinthians.

Eu sei que do gol muitos se lembram, mas escutar o gol com essa narração não tem igual. Com vocês, o Pai do Gol: José Silvério.
 
A trilha sonora vai de At The Drive-in.
 Rudah

segunda-feira, 5 de março de 2012

Para nós, o jogo é quarta

A derrota do Corinthians para o Santos, na Vila Belmiro, no último final de semana foi aceitável. Não que o placar tenha sido justo (ou injusto), mas o fato de ter poupado tantos titulares não leva o Adenor, nem a torcida corintiana, a lamentar o resultado.
A única coisa que se pode lamentar foi a briga feia entre torcedores do Santos e do Corinthians do lado de fora do estádio.
Em campo, as oportunidades aconteceram para ambos os lados, mas em um clássico não se pode desperdiçar as chances criadas, e como diz a máxima do futebol: Clássico é decidido nos detalhes.
Se para o Santos o jogo marcava a reabertura da Vila e mais uma oportunidade de ter Neymar e Ganso (voltando à boa fase) juntos, para o Corinthians, que parecia entrar em campo para esperar o momento do juiz encerrar a partida, um empate estava de bom tamanho. Fato que não aconteceu.
Neymar não estava nos seus melhores dias, mas Muricy escalou o Peixe com força total. O Corinthians com 7 desfalques e Adriano como titular, pouco criou, mas melhorou após as entradas de Cachito Ramirez e Paulinho. No fim, vitória do Santos pelo placar mínimo com gol de Ibson.
De qualquer forma, o Timão segue na liderança do Campeonato Paulista e a cabeça dos corintianos está mesmo na partida de quarta, no Pacaembú, contra o Nacional do Paraguai. E pelo andar da carruagem, lá vem mais sofrimento... mas vai ter vitória do Corinthians.

Rudah






Trilha sonora para quarta:

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